Em meio à celebração da seleção francesa pela conquista da Copa do Mundo de 2018 na Rússia, quase passaram despercebidas as dez mulheres vestidas com o uniforme padrão das comissárias de bordo da Qatar Airways. No palco da premiação no Estádio Lujniki, em Moscou, elas carregavam as medalhas e os troféus de melhor jogador e revelação do torneio.
Mais que mera ação de marketing de uma das patrocinadoras da Fifa e de sua principal competição, a presença da empresa sediada em Doha faz parte de uma estratégia comum entre as grandes companhias aéreas do Oriente Médio: estampar a marca em torneios, estádios e camisas de times de futebol.
Tal movimento de Emirates, Etihad Airways e Qatar Airways não é por acaso. Em franca expansão, as companhias querem fixar seus nomes a um esporte que lida com paixões e que tem uma visibilidade global. Para isso, elas selecionam as principais ligas europeias, onde estão os clubes mais populares e com torcedores espalhados por todo o mundo.
Na carta atual de clubes europeus, a Emirates tem representantes nas principais ligas: patrocina Arsenal, Benfica, Hamburgo, Milan, Olympiacos, Paris Saint-Germain e Real Madrid. A Qatar Airways aposta na Roma. Já a Etihad tem no Manchester City de Pep Guardiola sua principal vitrine.
“Cada uma dessas companhias aéreas quer se posicionar como a melhor do mundo, por isso se associaram às melhores equipes do mundo. Essas associações também aumentam a visibilidade da marca e aumentam o reconhecimento da marca. Com seus nomes proeminentes na mente dos torcedores, eles são mais propensos a usar os serviços fornecidos por empresas como Emirates e Qatar Airways”, explica o professor de Negócios do Esporte da Universidade de Salford, em Manchester, Simon Chadwick.
Acordos milionários
Os contratos de patrocínio são suntuosos. Entre os mais recentes está a renovação da Emirates com o Real Madrid firmada em 2017. Por quatro anos extras, a empresa de Dubai vai desembolsar 280 milhões de euros (R$ 1,27 bilhão). Isso dá 70 milhões de euros (R$ 318 milhões) por ano ao time merengue. É o maior contrato de patrocínio de camisa já assinado por um clube no mundo.
A mesma Emirates estendeu o acordo com o Arsenal, seu mais antigo parceiro no mundo da bola — o patrocínio da aérea está na camisa do clube londrino desde 2004. Pelo novo contrato, o Arsenal receberá 33 milhões de euros (R$ 154 milhões) anuais até 2024.
Neste ano, a Qatar Airways voltou a estampar sua marca em camisas de times de futebol. Depois de patrocinar o Barcelona por quatro temporadas, deixou a equipe catalã e agora aposta na emergente Roma, que chegou à semifinal da última edição da Liga dos Campeões. A empresa catari vai pagar 40 milhões de euros (R$ 181 milhões) por três anos de contrato.
Essa enxurrada de dinheiro é reflexo da força das empresas árabes, que pertencem aos seus respectivos governos e servem também como uma espécie de vitrine para o mundo. São elas que movimentam o turismo e o dinheiro que circula por Emirados Árabes e Catar. Essa ligação dá relativa vantagem sobre os concorrentes, mesmo que os subsídios governamentais não sejam comprovados. Esta questão, inclusive, abriu uma guerra entre as companhias aéreas árabes e americanas em 2017 e que acabou em maio deste ano após um acordo.
“Patrocínios de futebol estão sendo usados como um meio pelo qual as companhias aéreas do Golfo [Pérsico] podem garantir uma vantagem competitiva à frente de seus rivais norte-americanos e europeus. Os subsídios estatais significam que essas companhias aéreas têm os recursos para patrocinar o esporte que muitos de seus concorrentes não possuem”, analisa Chadwick.
Com tanto dinheiro despendido em patrocínios, o resultado em campo é quase consequência, mesmo que não haja uma conexão direta entre os recursos e o desempenho. De qualquer forma, somente nessa década, são cinco títulos de Liga dos Campeões da Europa. Sem contar os campeonatos nacionais, com triunfos na Espanha, França, Inglaterra, Itália e Portugal.
Se as companhias fossem clubes, a Emirates seria a grande campeã da década. São 13 títulos, entre Liga dos Campeões e ligas espanhola, francesa, italiana e portuguesa. Em segundo lugar a Qatar Airways, com um título europeu e dois espanhóis, empatada com a Etihad, com três conquistas na Inglaterra.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou na última sexta-feira (7) os aeroportos de Campinas e Guarulhos a reajustarem as tarifas aeroportuárias em 1,09% e 3,16%, respectivamente.
O reajuste vale para as tarifas de embarque e conexão de passageiros, e de pouso e permanência de aeronaves, e só poderá ser praticado 30 dias após a divulgação pelas concessionárias que administram os aeroportos.
Com o aumento, para embarcar em voos domésticos no aeroporto de Guarulhos, o passageiro pagará R$ 29,53. Nos voos internacionais, o valor será de R$ 114,97.
No aeroporto de Viracopos, em Campinas, a tarifa de embarque doméstica passará para R$ 27,97 e a internacional vai a R$ 112,19.
Esses reajustes estão previstos nos contratos com as concessionárias e, segundo a Anac, foram fixados considerando a inflação entre junho de 2016 e junho de 2017 registrada pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE.
Apesar dos novos valores, as tarifas aeroportuárias mais caras continuam sendo praticadas pelos 15 principais terminais operados pela Infraero.
Veja abaixo quanto custam as tarifas de embarque nos principais aeroportos do Brasil:
Tarifas de embarque doméstico
Tarifas de embarque internacional
*Aeroportos de 1ª categoria: Belém, Boa Vista, Curitiba, Cuiabá, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Maceió, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro (Santos Dumont), Salvador, São Luís e São Paulo (Congonhas).